sábado, 2 de janeiro de 2010

Futebol nas OIimpiadas

Argentina, acostumada com o ouro

Quatro anos antes, em Atenas, a seleção argentina quebrava um tabu ao conquistar a primeira medalha de ouro da sua história. Muitos se perguntavam se aquela campanha, marcada por seis vitórias e nenhum gol sofrido, poderia ser igualada. A resposta veio em Pequim 2008. Com outros seis triunfos consecutivos, a seleção comandada por Sergio Batista voltou a subir no lugar mais alto do pódio olímpico na edição que registrou o maior público total da história da competição.

Mas, apesar do que mostram os números, o caminho rumo ao título não foi fácil. Os argentinos precisaram vencer a Costa do Marfim (2 a 1), a Austrália (1 a 0) e a Sérvia (2 a 0) na fase de grupos. Já nas quartas-de-final, a Holanda foi um osso duro de roer e só caiu com o lindo gol de Ángel Di Maria nos acréscimos. A vitória levou Lionel Messi e os seus companheiros para a semifinal diante do Brasil, jogo que acabou sendo o melhor da seleção argentina na competição, com um categórico 3 a 0 para cima dos brasileiros em noite inspirada de Sergio Agüero. A final contra a Nigéria não foi um espetáculo brilhante, mas um novo gol de Di Maria, grata revelação argentina, acabou decidindo a partida e estabelecendo um novo recorde para os hermanos: 12 vitórias consecutivas na competição.

Falando em talento individual, a Argentina encontrou em Sergio Romero um substituto de luxo para o lesionado Oscar Ustari. Campeão mundial de juniores em 2007, o goleiro demonstrou estar à altura e não levou um gol sequer em 315 minutos de bola rolando. Nicolás Pareja foi outro que surpreendeu com o alto nível do seu futebol, assim como Di Maria, que começou o torneio no banco e terminou como peça fundamental, marcando gols nas vitórias contra Holanda e Nigéria.

Por fim, uma menção especial para Juan Román Riquelme, cérebro da equipe, e Lionel Messi, o jogador que, sem dúvida, mais desequilibrou no torneio. Os dois escreveram a história ao lado de Javier Mascherano, único remanescente de Atenas 2004 e o primeiro atleta do país a acumular duas medalhas de ouro.

Nigéria cai de pé e Brasil decepciona
Diferentemente do que acontecera em 2004, a África voltou a mostrar que o torneio olímpico é uma das suas especialidades. Costa do Marfim, Camarões e Nigéria passaram da fase de grupos e encantaram a torcida chinesa, ainda que apenas os comandados de Samson Siasia tenham chegado à grande final. Mas a Argentina tomou conta do jogo e não permitiu que a histórica conquista de Atlanta 1996 fosse reeditada. Apesar disso, os gols de Victor Obinna e o futebol de Solomon Okoronkwo fizeram brilhar os olhos de todos que acompanharam a bela campanha nigeriana.

A campanha da seleção brasileira merece um parágrafo à parte. Dunga contou com jogadores de renome internacional, incluindo atletas do porte de Ronaldinho Gaúcho, Diego, Alexandre Pato e Lucas. Venceu cinco partidas, perdeu apenas uma e terminou com o ataque mais positivo da competição com 14 gols. Apesar disso, o que não sai da memória dos brasileiros é a eliminação pela Argentina na semifinal, que representou um novo tropeço na busca pelo único título que o país ainda não possui. A medalha de bronze acabou ficando com o amargo gosto da consolação.

A grande surpresa do torneio foi a Bélgica, que depois de chegar sem muita credibilidade eliminou a Itália e acabou disputando o terceiro lugar com o Brasil. As seleções asiáticas, por outro lado, estiveram longe de repetir o feito iraquiano de 2004. China, Japão, Coreia do Sul e Austrália foram eliminados na primeira fase, mesmo destino que tiveram Estados Unidos, Honduras e Nova Zelândia.

Países participantes:
Camarões, Costa do Marfim, Nigéria, Austrália, Japão, Coreia do Sul, China, Bélgica, Holanda, Itália, Sérvia, Estados Unidos, Honduras, Nova Zelândia, Argentina e Brasil.

Classificação:
1º — Argentina (Ouro)
2º — Nigéria (Prata)
3º — Brasil (Bronze)
4º — Bélgica

Prêmio Fair Play: Costa do Marfim

Estádios e sedes:
Estádio dos Trabalhadores de Pequim, Estádio Nacional de Pequim (Ninho dos Pássaros), Estádio do Centro Olímpico Desportivo de Qinhuangdao, Estádio de Xangai, Estádio do Centro Olímpico Desportivo de Shenyang, Estádio do Centro Olímpico de Tianjin.

Gols marcados:
75 (média de 2,34 por jogo)

Artilheiros:
4 gols: Giuseppe Rossi (ITA)
3 gols: Victor Obinna (NGA)
3 gols: Moussa Dembele (BEL)

Público total: 1.397.448

Média de público: 43.670
fonte: fifa.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário

15 de Agosto F.C. 1999

15 de Agosto F.C. - 1999 Em pé: Dagama, Vavá de Paizinho, Bá de Zé de Bilinha, Damião Testa, Antônio Caetano e Porco Seco. Agachados: Fi de ...